
Esta é a primeira vez que "me faço ouvir" no A duas (ou mais) vozes.
É por isso, e como todas as primeiras vezes, um momento especial.
Mais do que isso, é um "cantinho especial", um espaço onde me é permitido dizer o que bem me apetece e vem à cabeça durante a noite, ou durante o dia. Especial porque não terei de me preocupar em não ferir susceptibilidades ou agradar especial e particularmente, a nenhum dos seus leitores. Especial porque me vai fazer sentir, a mim, especial. Resumindo e baralhando, obrigada pelo convite.
"Uns erros quaisqueres" é o mote! No entanto, estes não se tratam, de facto, de uns erros quaisqueres, desprovidos de toda e qualquer importância. Tratam-se de erros ridiculamente exibidos perante os orgãos de comunicação social, por alguns dos políticos mais influentes da nossa praça. Claro está que aqueles, logo tiveram o cuidado de reunir uma série de "pérolas gramaticais" e expô-las na revista Sábado.
Na minha opinião, os exemplos descritos no referido artigo, poderiam ser divididos em 3 categorias:
1ª O erro que, no fundo, no fundo, não está assim tão errado
Incluo nesta categoria aqueles erros que se percebe serem fruto do nervosismo perante uma plateia exigente, do cansaço depois de um dia de debate na AR sobre a Lei do Tabaco, ou até mesmo, de pura distração. Aquele tipo de erros que nos faz corar quando nos apercebemos que o dissemos, e pior, que os outros o ouviram. Penso ter sido o caso do lider do PSD, Luís Filipe Menezes, que se referiu a um episódio da vida política portuguesa (irrelevante para o caso) como "uma novela Vezenuelana"; do General Leonel Carvalho (Secretário-Geral do Gabinete de Coordenação e Segurança), que repetiu v-á-r-i-a-s vezes "verosémel", "verosémel", "verosémel"; da Helena Lopes da Costa, candidata pelo PSD aquando da derrota do mesmo nas eleições autárquicas de 2007, que se referiu ao acontecimento como sendo "uma hetacombe"; e por último, de Jorge Coelho, na altura da "desgraça", Ministro do Equipamento Social, que repetiu, também, v-á-r-i-a-s vezes "hádem" (plural de "hádes", julgo eu...), perante uma AR que se reunia em plenário.
2ª O erro burro
Aquele erro em que se percebe que o indivíduo não sabe sequer do que está a falar, ou melhor, o que há-de dizer acerca do mesmo, ou melhor ainda, de que forma poderá convencer o público ouvinte de que aquilo que está a dizer... faz algum sentido. Foi o caso do deputado Jorge Almeida, do PS, que foi pedir a palavra em plena AR para dizer o seguinte: "Os senhores não sabem (e ainda bem), mas há medicamentos que desceram os preços em 100 e até em 200%!!!"... (Matemáticos, tenham calma, tá?!); e de Avelino Ferreira Torres, que achou por bem pronunciar-se precisamente, acerca do tema sobre o qual escrevo. E fê-lo como ninguém: "O político não é bom ou mau por saber falar bem, ou não, português. O político é bom se lutar por aquilo que prometeu aos cidadões, pelo desenvolvimento do seu concelho, do seu País e dos seus cidadões". Uma coisa é inegável, não podemos acusá-lo de falta de coerência.
3ª O erro "à Alberto João Jardim"
Como não poderia deixar de ser, o melhor vem no fim. Este momento sublime, no entanto, não raro, ocorreu durante declarações prestadas aos jornalistas sobre um jogo de futebol realizado entre o Marítimo e o Varzim. E o Ti Alberto "reza" o seguinte: "O Marítimo teve tudo, mas mesmo tudo para ganhar este jogo. Teve o pássaro na mão e deixou-o foder... desculpem... deixou-o fugir. O que é inadmissível!". Pois...
E assim anda a lingua de Camões.
Os meus beijos
4 comentários:
Welcome menina dos 4 "C"!
Agora é que isto vai pegar fogo. lol
Qdo aos erros... bom, ainda bem que o "ti" Alberto é um cromo dos bem difíceis. LOL
beijos miúda!
Minha Querida Cheiloca,
Fizeste-me rir à grande agora que li o teu post...mas mesmo à grande!
O texto até podia ser sobre pedregulhos que, ainda assim, conseguiria encontrar o teu cunho pessoal em cada palavra, hesitação, pontuação...
Como tu bem sabes, e penso que os ilustres autores deste blogue também, sou acérrima defensora da "moral e bons costumes" da língua portuguesa. Dói-me o coração cada vez que ouço uma barbaridade, um assassínio da nossa mui nobre língua.
O "hádem" é sem dúvida aquele que me fere mais profundamente, mas também, o "obrigados" - em especial quando proferido da boca de uma mulher, porque aí, meus amigos, são dois erros numa tão elegante palavra, o "a gente sabemos" provoca-me especial prurido, enfim...poderia aqui enumerar os mais desastrosos (ab)usos da língua e aqui ficar dias a fio, mas não...
Poupo-vos a essa tortura...
Queria apenas deixar um imenso beijinho a todos e pedir-vos mais!
E vá, um especial para a minha "piquena" CCCC...
Cheila, muito muito bom!!!
Mas uma especial atenção para o nosso Albertp João. Esse sim um senhor que sabe utilizar bem a palavra, não fosse ela uma das palavras mais antigas e que quer dizer... tanta coisa!!!
Aquele abraço,
Vasco
Cheilocas, seja vossa mercê muito bem-vinda a este cantinho de todos nós.
E como é teu apanágio, fazes uma entrada em grande. Mesmo triunfal! Muito bem.
O post está excelente. Adorei!
Bjs gdes.
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