Loja do Cidadão, esse tubo de ensaio.

A loja do cidadão é um habitat que permite a observação incansável do ser Humano. Aquele aglomerado de pessoas seria uma excelente matéria-prima para estudo por parte de psicólogos. Estive sentado examinando os seres que por ali passavam e falavam com os senhores da função pública. Olho para a minha senha que me dá a informação que cheguei às 17:03 e que estou previsto ser atendido às 17:18. Fico contente por ver que falta tão pouco tempo para a minha vez. Só queria o meu longo registo criminal, nada mais. Esses 15 minutos dão para muita coisa. Vi pessoas de todo o tipo. São elas bem e mal vestidas, são elas com 50 anos mas despidas como uma miúda de 20, ou miúdas que pensam ser senhoras, borrando a pintura toda. São eles seres baixos, altos, magros e gordos. São eles gays que pensam que são machos e machos tristes que descobrem que são gays. São eles brancos, pretos, amarelos e vi um, com uma pele roxa quase cor de vinho que cambaleava entre os corredores. Vejo mulheres giras, feias, e algumas que já morreram mas ainda não sabem, preocupadas com o que vão fazer com o formulário da direcção Geral de Viação. Vejo sapatos de todo o tamanho e feitio, até saltos altos em acrílico eu vi. Vejo pessoas aos gritos com os funcionários, só porque o senhor tem que ir almoçar àquela hora. Vejo 2 ou talvez 3 fios-dental. Meu “Deus” que horror. Não o fio dental, mas no design feminino em causa; MEDO!

São as crianças de pulmões bem abertos a berrar porque querem mamar. Lá vejo uma mama de fora. Não foi má essa visão! Mas depois vejo algo que me choca… “Fodax… vejo que perdi a minha vez de ser atendido.”. Coisas à Vasco.

Aquele abraço,